Mitos que matam
Livro lançado nos EUA ensina a evitar erros comumente cometidos que colocam a saúde em risco Mito 1: Check-ups são desnecessários. Surgiu na década de 80. Um estudo divulgado no Annals of Internal Medicine, publicação do Colégio Americano de Médicos, comprovou que testes anuais trazem benefícios importantes e têm impacto sobre a mortalidade. Hoje o check-up investiga o que é necessário para o paciente, levando em conta a história familiar e os hábitos para determinar todos os exames a serem feitos, explica Danielli Haddad, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Mito 2: Tomar vacina é coisa de criança. A Sociedade Brasileira de Imunizações vai lançar uma campanha para conscientizar os adultos da importância de se imunizar. Hoje no Brasil o maior número de mortes por tétano, por exemplo, é entre pessoas com mais de 20 anos. Em 2005, foram 16 mortes entre pessoas com idade de 30 a 39 anos, contra um notificado entre crianças de cinco a nove anos. Mito 3: Doenças psiquiátricas como depressão e ansiedade são apenas sentimentos que podem ser superados sem a ajuda médica. Segundo a Organização Mundial da Saúde, menos de 25% dos portadores de depressão recebem tratamento efetivo. O engano acontece porque o doente não busca auxílio ou os seus sintomas não são reconhecidos pelos médicos. Há outro problema, como indica a psiquiatra Laura Guerra, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Existe a noção de que se a pessoa se esforçar sozinha consegue ficar boa”, afirma. O resultado da pouca informação é dramático: no mundo, um milhão de doentes sem assistência comete suicídio por ano. Mito 4: Estamos perdendo a guerra contra o câncer. É alta a probabilidade de cura de vários tipos de tumor, se forem diagnosticados cedo. Nove entre dez casos de câncer de mama, por exemplo, podem ser vencidos. Mito 5: Infarto e acidente vascular cerebral (AVC) atingem somente pessoas mais velhas. O fato é que, no Brasil, 11% dos infartos ocorrem em indivíduos com menos de 40 anos, segundo pesquisa do médico Marcelo Sampaio, do Instituto Dante Pazzanese (SP). No Hospital do Coração, também em SP, só o médico Ricardo Pavanello recebeu recentemente três jovens. “O stress é um fator de risco de peso para essa população”, explica. Em relação ao AVC, o quadro também é sério: 579 pessoas com idade entre 20 e 29 anos morreram em 2005. Mito 6: Médicos dão a mesma atenção a todos os pacientes. Estudos mostram que negros e mulheres tendem a receber menos cuidados. Por isso a importância de escolher bem o profissional e exigir dele a atenção devida. Mito 7: Tudo o que é natural é seguro.
Dezenas de substâncias naturais podem interferir perigosamente na eficácia de remédios. Um exemplo é a gingko biloba. Se tomada com anticoagulantes, aumenta o risco de hemorragia.
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