Denúncia: Seriado americano espalha mentiras sobre o Brasil

The Unit é uma série sobre a Força Delta, uma tropa de elite do exército dos EUA. A série é toda baseada em mentiras, para começar, segundo o próprio comandante da mesma, “a Força Delta não existe”. Viajando pelo mundo em missões perigosas, os personagens vieram parar no Rio de Janeiro, em mais um episódio de antipropaganda, passando uma imagem falsa de nosso país. Acompanhem este absurdo:

A cena de abertura do episódio 1×09, “Eating the Young”, mostra uma favela do Rio de Janeiro. A cena é claramente falsa, pois os barracos são limpinhos, a região é arborizada, não há esgoto nas ruas e, se é Rio de Janeiro, onde estão os [BP]sambistas[/BP]?

Todo gringo chega ao Brasil em [BP]filmes[/BP] durante o [BP]carnaval[/BP], isso é um fato.

Os soldados ilegais da Força Delta são liderados pelo Sargento-Major Jonas Blane, o cidadão da esquerda. Acima vemos uma cena claramente inventada: Como todo bom representante dos anglo-saxões WASPs, os soldados distribuem [BP]dólares[/BP] para as crianças que aparecem pedindo dinheiro. Todos sabemos que isso não existe no Rio de Janeiro, nenhuma criança se aproximaria de um [BP]turista[/BP] com essas intenções.

Enquanto os imperialistas estão fotografando os arredores e denegrindo nossa cidade, afirmando que a favela é “terra de ninguém”, chega… a puliça. Ora bolas, desde quando a polícia faz incursões aleatórias em favelas, usando [BP]armamento[/BP] pesado?

O [BP]jipe[/BP] também não ajudou. Onde está a clássica [BP]Blazer[/BP] que precisa ser empurrada para o [BP]motor[/BP] pegar?

Notem que os policiais estão sem coletes, sem capacetes ou rádio. Que Estado seria tão burro a ponto de deixar seus policiais com equipamento tão deficiente? Não o Rio, não senhor.

Os soldados se dirigem a uma casa, mas são impedidos por uma criança. A mãe aparece, apavorada pedindo, “deixe meu filho em paz”. Bolas, policiais são agentes da Lei, todo brasileiro honesto e trabalhador sabe que não precisa ter medo da polícia, muito pelo contrário. Essa atriz, falando em português, é uma traidora e inimiga da pátria.

Aqui, outra mentira deslavada:

Isso mesmo, amigo brasileiro. Esses malditos imperialistas estão querendo dizer que nossa polícia é corrupta, que nossos policiais poderiam aceitar suborno. Tsc tsc tsc.

Felizmente o ator aparentemente se recusou, atirando longe as [BP]moedas[/BP], e forçando uma alteração da cena. Mesmo assim o diretor, a mando da CIA, fez com que a imagem da nobre PM carioca ficasse suja.

Sacando o 38 cano longo extra power (outra imprecisão, todos sabemos que a arma da PM é um 38 cano curto standard, mais que suficiente para lidar com as ocorrências do dia-a-dia) ele é interrompido pela mãe da criança, instruída para fingir que achava que o policial iria atirar em seu filho.

Desde quando a PM atira em crianças ou inocentes?

Felizmente o alvo é uma [BP]bola de futebol[/BP], uma clara lição para as crianças, que deveriam estar na [BP]escola[/BP], e se estavam ali era porque matavam aula, visto que não há problema de vagas ou professores nas escolas brasileiras.

O policial em seguida solicita calmamente que a criança seja removida do local, muito provavelmente para sua própria segurança. Algum erro de tradução fez com que o texto dado ao ator passasse a idéia errada, mas “tire esse pivete da minha frente agora” não deve ser entendido literalmente.

Alguns tiros são ouvidos depois que policiais entram em uma casa. Muito provavelmente os bandidos lá dentro se suicidaram, diante da vergonha da prisão. Cuidadosamente os corpos são removidos, talvez para que seja tentada uma ressucitação, mas isso os imperialistas não mostraram.

O motivo da operação: Sacas de [BP]arroz[/BP] doado pelo governo dos EUA. Isso é uma mentira deslavada. Primeiro, por dar a entender que temos problema de fome no Brasil. O Fome Zero está aí para provar que isso é coisa do Governo Passado, e qualquer um pode afirmar com razoável certeza que qualquer tipo de ajuda humanitária dificilmente chegaria até as favelas, ficando presa em algum entrame burocrático que ainda não conseguimos resolver. Culpa do Collor, provavelmente.

Aqui conhecemos o personagem convidado, que chamarei de… Ronaldo. Ronaldo fala inglês, embora o Sargento Jonas comece falando com ele em português, para demonstrar sua superioridade lingúistica ianque.

Ronaldo usa essa camisa da [BP]Seleção Brasileira[/BP], reforçando o estereótipo de que brasileiro é fanático por futebol e que vemos nas ruas um monte de gente com [BP]camisas[/BP] de times. Tão previsíveis, esses americanos…

A trama finalmente é explicada: Um [BP]avião[/BP] pulverizando plantações de coca foi derrubado, dois militares americanos mortos, precisavam descobrir o paradeiro. Também havia um traficante local vendendo [BP]mísseis[/BP] Stinger, que iriam para terroristas árabes. Tinha que ser impedido.

A plantação de coca no Rio de Janeiro foi difícil de engolir mesmo, mas o que me deixou espantado foi acharem que os traficantes brasileiros têm acesso a armamento sofisticado. Isso seria rir da cara da Polícia Federal e do Exército, nós sabemos que eles jamais deixariam que coisas como bazucas e [BP]metralhadoras[/BP] pesadas caíssem nas mãos dos traficantes. Bola fora dos roteiristas.

Ronaldo leva os dois soldados até os destroços. Pela desolação do local, deve ser Niterói. De qualquer jeito, a idéia de um avião cair em algum lugar remoto do Rio de Janeiro e ninguém perceber é absurda, isso só aconteceria se nosso sistema de controle de tráfego aéreo fosse uma bagunça, ineficiente e cheio de panes.

A fortaleza do traficante malvado é outra bola fora. Todos sabemos que os traficantes ficam na Avenida Atlântica, que nenhum barão das drogas construiria uma casa com torres e posições de combate.

Aqui a prova de que os roteiristas estavam emaconhados: Crianças trabalhando para o tráfico portando armas? Isso pode acontecer pelas bandas de [BP]Los Angeles[/BP]. De onde inventaram que no Rio de Janeiro tem isso? O Siro Darlan não deixaria, e se ele foi atrás de modelos menores de idade trabalhando ilegalmente, com certeza não havia mais nenhuma criança no tráfico para ele se preocupar.

Eles acertaram na placa, mas desde quando traficantes andam de carro importado?

Vejam que apologia ao crime. Desde quando traficantes e simpatizantes andam acompanhados de boazudas assim? Isso não reflete a nossa realidade. Ah, esse é o chefão. Repararam que ele é os cornos do Marco Aurélio?

Os tais mísseis. Como se a bandidagem carioca tivesse acesso a armas pesadas. Desistam, gringos, vocês não vão convencer ninguém. Nós brasileiros sabemos o que acontece de verdade em nossas cidades.

No tiroteio com as forças imperialistas, os pretensos traficantes usam um armamento fruto da imaginação de Hollywood.

Mais uma vez, crianças como bodes expiatórios. Espero que quem escreveu essa mentira arda no [BP]mármore[/BP] do inferno. Crianças no tráfico. Bah.

Ao saber que seis dos sete mísseis haviam sido vendidos para terroristas árabes e seriam usados contra vôos comerciais nos EUA, o Sargento Jonas, lacaio de Bush, ignora todos os direitos civis e humanos de Marco Aurélio, e o ameaça com uma faca. Abu Grabi é aqui. Mesmo assim o suspeito (visto que nenhuma acusação formal foi feita) de tráfico não entrega seus aliados, não deixando escolha.

O Ianque vai atrás das crianças, que como podemos ver estão em profundo sofrimento. Mais uma vez o pequeno Ronaldo cede diante do dinheiro americano, e leva nossos heróis? ao ponto onde o helicóptero dos árabes espera.

O objetivo desta cena é denegrir nossas estradas. Como todos sabemos não há estradas de terra no Rio de Janeiro, nossos impostos, nosso [BP]IPVA[/BP] é muito bem aplicado na conservação e modernização das mesmas. Não acredite na propaganda estrangeira, caro amigo.

Com poucas provas além de uma confirmação visual das caixas dos mísseis no helicóptero, os soldados ianques usam o míssil capturado para derrubar o mesmo, eliminando assim o risco de futuros atentados, mas sem qualquer preocupação com transeuntes. E se houvesse alguém passando ali debaixo? E desde quando bandidos andam de helicóptero no Brasil?

Em conclusão, nota zero. Nunca vi tanta mentira junta sobre nosso país, sobre minha cidade. Esse episódio faz o filme Turistas parecer um documentário. Convido a todos os produtores e roteiristas, venham visitar o Rio de Janeiro, vocês verão que a realidade não tem nada a ver com essa fantasia que criaram!